domingo, 16 de outubro de 2016

TREE OF LIFE WEB PROJECT



The Tree of Life é um projecto online que pretende integrar informações de excelente qualidade sobre a filogenia (grau de parentesco) entre todos os seres. Na construção desta «árvore da vida" colaboram especialistas e amadores de todo o mundo, construindo cladogramas para todos os grupos organismos.

SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO DE CINCO REINOS



A classificação dos seres vivos em cinco reinos baseia-se em três critérios básicos:
A organização estrutural (procariota ou eucariota / unicelular ou pluricelular), o tipo de nutrição ( fotossíntese, ingestão ou absorção) e a interacção nos ecossistemas ( produtores, macroconsumidores ou microconsumidores).

EVOLUÇÃO DOS SISTEMAS DE REINOS


No séc.IV a.C. Aristóteles dividiu os organismos em dois reinos: Animalia e Plantae. Esta classificação perdurou até ao séc.XVIII, sendo apoiada por Lineu. A classificação em dois reinos baseava-se no facto das plantas serem imóveis e produzirem o seu próprio alimento através da fotossíntese (autotrofia), enquanto que os animais apresentavam vida livre, capacidade de locomoção e dependiam da matéria orgânica produzida pelos autotróficos (heterotrofia).
O desenvolvimento tecnológico que levou à invenção e melhoramento dos microscópios permitiu, em meados do séc. XIX, observar organismos de reduzidas dimensões que eram desconhecidos e nunca tinham sido inseridos num sistema de classificação, aumentando a complexidade nos dois reinos criados por Aristóteles e Lineu.
Estes organismos em que se incluem as algas, os fungos e as bactérias, foram inicialmente incluídos no reino Plantae, devido à sua maior imobilidade e apresentarem parede celular; em oposição a microrganismos que eram móveis e ingeriam os alimentos ( protozoários) que foram colocados no reino Animalia.
Em 1866 , o cientista alemão Ernest Haeckel, após ter realizado diversas observações microscópicas de seres unicelulares, propôs a criação do reino Protista, que agrupava todos os seres que não apresentavam as características estabelecidas para definir, verdadeiramente, o reino Plantae ou o Animalia; neste caso as bactérias, os protozoários e os fungos. Este naturalista considerava, porém, que a distinção entre animais e plantas era artificial, não sendo relevante para a filogenia dos grupos, nem para a construção de árvores filogenéticas.
O estudo incessante das mais diversas formas de vida, possibilitado pelo recurso a técnicas cada vez mais desenvolvidas, continuou a fornecer inúmeras informações aos cientistas, promovendo o desenvolvimento de novos sistemas de classificação.

Herbert Copeland, em 1956, propôs a divisão dos organismos em quatro reinos de forma a aproximar o sistema de classificação à realidade natural. Apoiado em dados de estrutura celular e bioquímicos, diferenciou os organismos sem núcleo individualizado - os procariontes - de todos os restantes seres vivos. Defendeu a formação do reino Moneraformados por estes seres.
Este cientista incluiu, no reino Protista, os fungos e todas as algas pluricelulares ( vermelhas e castanhas). Considerava que no reino Plantae apenas deveriam estar organismos com clorofila e que produzissem amidocelulose e sacarose.

Em 1969, Whittaker propõs a divisão dos seres vivos em cinco reinos. Manteve os quatro reinos de Copeland mas acrescentou o reino Fungi, no qual colocou todos os fungos. O seu sistema tem subjacente três critérios:

Nível de organização estrutural - diferencia as células procariotas das eucariotas e a unicelularidade da multicelularidade.

Modo de nutrição - baseia-se no modo como o organismo obtém o alimento.

Interacções nos ecossistemas - diz respeito às relações alimentares que o organismo estabelece com os restantes organismos no ecossistema. Deste modo, os organismos podem ser classificados como: produtores ( produzem o seu próprio alimento), macroconsumidores (ingerem o alimento) ou microconsumidores ( decompõem matéria orgânica e absorvem os produtos resultantes).

A classificação de Whittaker reuniu maior consenso científico do que as classificações anteriores porque, para além dos critérios mais comuns (morfologia e nível de organização celular), também se baseou no modo como os organismos obtinham alimento e nas interacções que evidenciavam nos ecossistemas.
Contudo o próprio Whittaker propôs uma reformulação do seu sistema, passando este a chamar-se sistema de classificação de Whittaker modificado. Nessa alteração ele incluíu os fungos flagelados e as algas (uni e pluricelulares) no Reino Protista, passando este reino a ser constituído por organismos unicelulares e pluricelulares, embora estes últimos com uma diferenciação celular muito reduzida.
O melhoramento da classificação de Whittaker constitui um bom exemplo da evolução do conhecimento científico: os modelos são constantemente reajustados em função das novas descobertas.
Adaptado de Biodesafios

LINEU


"Carl Linné, vulgarmente, conhecido por Lineu, nasceu no sul da Suécia, no seio de uma família religiosa e pobre (o seu pai era um padre luterano), embora ambiciosa.
Em jovem foi um estudante preguiçoso provocando o descontentamento do pai que o pôs a trabalhar como aprendiz de sapateiro. Com receio de passar toda vida nessa situação Lineu pediu outra oportunidade que o levou a nunca mais se desviar do caminho da distinção académica. Estudou medicina na Suécia e Holanda, embora o mundo natural tenha sido a sua verdadeira paixão. A partir de 1730, ainda na casa dos 20 anos, começou a criar catálogos de espécies de animais e plantas do mundo, utilizando um sistema por ele criado, e a sua fama começou a aumentar. Foi um homem muito feliz com a sua própria grandeza. Passava grande parte do seu tempo a lisonjear-se a si próprio, declarando que nunca tinha havido “melhor botânico ou zoólogo”, e que o seu sistema de classificação “ era a maior realização no mundo da ciência”. Chegou a sugerir que a sua campa devia ter a inscrição Princeps Botanicorum, “Príncipe dos Botânicos”.
A sua importância começou a crescer de forma que não era aconselhável por em causa as suas classificações. Os que o faziam sujeitavam-se a encontrar o seu nome associado aos nomes dados a ervas daninhas.
Outro aspecto especial de Lineu era a sua contínua e incessante preocupação com o sexo, chegando a escrever a seguinte passagem frequentemente citada:

“ O amor está a chegar, até mesmo às plantas. Machos e fêmeas celebram as sua núpcias mostrando pela exibição dos seus órgãos sexuais, quais são os machos quais são as fêmeas. As folhas das flores servem de leito nupcial, que o criador tão gloriosamente arranjou, adornou com tão nobres cortinados, e perfumou com tantos aromas suaves para que o noivo e as sua noiva aí possam celebrar as suas núpcias com ainda maior solenidade. Assim que o leito estiver preparado, chega o momento de o noivo abraçar a sua amada noiva e de se entregar a ela.”

Classificou um género de plantas como Clitoria. Facto que levou várias pessoas a acharem o seu sistema de classificação um pouco bizarro, embora o mesmo se tenha revelado irresistível. No período pré-lineano, as plantas recebiam nomes demasiado descritivos. O nome comum da cerejeira era Physalis amno ramosissime ramis angulosis glabris foliis dentoserratis. Lineu abreviou-o para Physalis angulata, ainda hoje usado. O mundo das plantas estava também desorganizado devido a inconsistências de classificação. Um botânico não podia ter a certeza se a Rosa syilvestris alba cum rubore, folio glabro era, ou não, a mesma planta a que outros chamavam Rosa syilvestris inodora seu canina. Lineu resolveu a questão, chamando-lhe simplesmente Rosa canina. Para conseguir que a escolha das palavras adequadas fossem consensuais para todos, era necessário ter um instinto inato para distinguir as características proeminentes de uma espécie, e Lineu tinha-o.
O sistema lineano ficou de tal forma implantado que hoje é difícil conceber outra alternativa. Anteriormente os sistemas de classificação eram muito inconsistentes podendo os animais ser apenas categorizados em selvagens ou domésticos; terrestres, aquáticos ou aéreos; grandes ou pequenos, ou até belos ou insignificantes. Buffon ainda classificava os animais segundo a sua utilidade para o homem, não dando ainda a importância devida aos aspectos de natureza anatómica, facto que levou Lineu a corrigir esse aspecto, classificando todos os seres vivos de acordo com os seus atributos físicos. Como tal a TAXONOMIA – ou seja, a ciência da classificação dos seres vivos nunca mais parou. É claro que tudo isto ainda levou tempo.

A primeira edição do seu livro, Systema Naturae ( 1735), continha apenas catorze páginas. Porém, o livro cresceu tanto que a 12ªedição – a última que Lineu testemunharia - já apresentava três volumes e duas mil e trezentas páginas, acabando por classificar e registar treze mil espécies de plantas e animais. Esta obra datada de 1730, só passou a ser universalmente conhecida a partir de 1760. O país que mais apreciou o seu sistema foi a Inglaterra (facto que explica a Linnaean Society ter a sua sede em Londres, e não em Estocolmo).

Apesar de todo o seu génio o seu sistema ainda apresentava defeitos. Nele se observam classificações de animais imaginários e “seres humanos monstruosos”, em cujos relatos, feitos por viajantes, acreditou. Entre elas encontrava-se um homem selvagem, o Homo ferus, que andava em quatro patas e não falava correctamente, e um “homem com cauda”, o Homo caudatus. Para compreender estas descrições é necessário lembrar que se estava ainda no séc. XVIII, época onde os naturalistas ainda se interessavam por uma série de supostas aparições de sereias perto da costa da Escócia. Porém os erros de Lineu foram largamente compensados pela sua taxonomia sólida e, muitas vezes, excepcional. Entre várias das suas qualidades percebeu que a baleia se integrava na ordem Quadrupedia (mais tarde modificada por Mammalia) que incluía animais terrestres, coisa que ninguém tinha feito antes dele.
No início, Lineu pretendia atribuir a cada planta apenas um género e um número –Convolvulus 1, Convolvulus 2, etc.-, mas percebeu que isso não chegava, e foi então que concebeu a classificação binominal no qual se baseia o seu sistema até aos nossos dias.
Nem todos os naturalistas da sua época aceitaram o seu trabalho, ficando até chocados pela baixeza de alguns termos por ele utilizados. A planta dente-de-leão, por exemplo, era desde há muito tempo conhecida por pissabed (mija na cama) devido às suas propriedades diuréticas, e havia outros nomes como peido-de-égua, torce-tomates, mijo-de-cão, toalha-de-rabo, etc, termos que ainda se usam, na Inglaterra, sem consciência da sua brejeirice. Porém, muitos achavam que a ciência dos seres vivos deveria ser dignificada e os organismos designados com termos mais clássicos, pelo que houve uma certa decepção ao verificar que o auto-eleito Príncipe da Botânica tinha integrado no seu trabalho designações do género clitoria, fornicata e vulva.
Ao longo do tempo, várias destas designações foram sendo eliminadas (não sendo o caso de um molusco do género da lapa que ainda tem a designação oficial de Crepidula fornicata) , assim como outros detalhes que se acrescentaram, devido à especialização nas ciências. De referir que o sistema lineano foi melhorado com a introdução gradual de novas hierarquias taxonómicas com regras próprias de NomenclaturaGénero e espécie já eram utilizados pelos naturalistas um século antes de Lineu. ClasseOrdem e Família, foram integradas nas décadas de 1750 e 1760. Embora o Filo só tenha sido introduzido em 1876, pelo naturalista Ernst Haeckel."
Adaptado de Breve História de Quase Tudo, Quetzal Editores

CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO DE SERES VIVOS


Os primeiros estudos de sistemática basearam-se essencialmente na morfologia externa dos organismos. No entanto, estudos posteriores recorreram a aspectos morfológicos e fisiológicos internos, e mais recentemente a dados paleontológicos, embriológicos, nutricionais, reprodutivos, etológicos, citológicos, genéticos e bioquímicos. Dos principais critérios usados, actualmente, na classificação destacam-se:

Morfológicos – Critérios que continuam a ser utilizados embora devam ser cuidadosamente aplicados devido à existência de analogias ( formas semelhantes provenientes de antepassados diferentes – evolução convergente), homologias (formas diferentes provenientes de um antepassado comum – evolução divergente) ou, ainda metamorfoses (organismos da mesma espécie que ao longo do seu desenvolvimento apresentam características muito diferentes).
Nestes critérios fazem-se estudos baseados na simetria corporal, onde se verifica a presença de planos de simetria, como é ocaso da simetria bilateral, radial ou assimetria.

Embriológicos – Quanto mais semelhanças os seres vivos apresentarem, durante o desenvolvimento embrionário, maior será o seu grau de parentesco.

Tipo de nutrição – Os organismos podem ser classificados em autotróficos
( produtores do seu próprio alimento) ou heterotróficos ( dependentes do alimento fabricado pelos produtores).
No caso dos heterotróficos podem fazer ingestão, seguida de uma digestão intracorporal ( intracelular – protozoários; ou extracelular - animais); ou uma digestão extracorporal seguida de absorção (ex: fungos).

Tipo de reprodução – As estratégias reprodutoras dos organismos podem manifestar-se de forma assexuada ou sexuada. Na reprodução sexuada os seres podem ser subdivididos em organismos dióicos ( cada indivíduo apresenta apenas um sexo) ou monóicos ( o mesmo indivíduo apresenta dois sexos).

Citológicos – O estudo da organização estrutural das células ( procarióticas ou eucarióticas) constituintes dos organismos, o seu número (unicelular ou pluricelular), assim como o seu grau de especialização, fornecem dados importantes para comparar estádios de evolução biológica entre seres vivos e determinar o seu grau de parentesco.


Cariológicos - O estudo do número e estrutura dos cromossomas – Cariótipo – permite agrupar os organismos. Todos os organismos da mesma espécie apresentam a mesma estrutura, informação e número de cromossomas. Contudo há espécies diferentes que apresentam igual número de cromossomas, embora com outra informação genética.

Bioquímicos – A análise comparativa da composição química dos organismos (ácidos nucleicos e proteínas) permite estabelecer relações de parentesco (filogenia) entre eles.
Os estudos bioquímicos são dos mais fiáveis para o estudo e classificação dos seres vivos.


Adaptado de Biodesafios

SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO DE SERES VIVOS


Ao longo dos tempos foram surgindo diferentes propostas de organização taxonómica dos seres vivos, com o objectivo de facilitar o estudo da enorme diversidade do mundo vivo. A evolução dos sistemas de classificação estará sempre dependente da evolução da própria ciência.

CLASSIFICAR OS SERES VIVOS


Desde as épocas mais distantes que os seres vivos são classificados com base em critérios de interesse ou utilidade para o Homem, relacionados principalmente com o seu uso alimentar, terapêutico ou defensivo. Certas plantas, por exemplo, foram classificadas como comestíveis, medicinais ou venenosas.

O desenvolvimento social, com os seus progressos científicos e tecnológicos, aumentou de forma considerável os conhecimentos sobre os organismos, tornando-se a sua classificação uma tarefa bastante complexa que, actualmente, se integra numa área das ciências biológicas denominada Sistemática, a qual integra conhecimentos de Taxonomia e de Biologia Evolutiva.

Ao longo dos tempos os sistemas de classificação que tem vindo a ser utilizados são os seguintes:

Empíricos – os seres são agrupados de acordo com o seu interesse e utilidade para o Homem, segundo critérios práticos e arbitrários. Este tipo de sistema de classificação é empírico, uma vez que não segue um raciocínio científico e persiste desde os tempos pré-históricos até à actualidade.

Racionais – efectuados inicialmente por Aristóteles, tem por base a análise das características estruturais dos seres vivos. Dentro destes sistemas podemos considerar os Horizontais e os Verticais.

Horizontais – Não tem em conta a evolução dos organismos nem o factor tempo. As primeiras classificações deste tipo, denominavam-se artificiais porque se baseavam num número muito restrito de características, formando grupos muito heterogéneos, como por exemplo, serem de sangue quente ou frio, ou ocuparem o meio aéreo, aquático ou terrestre, segundo Aristóteles.
Os sistemas naturais, ao contrário dos anteriores, são elaborados tendo em conta um elevado número de características. Desenvolveram-se nos séculos após os Descobrimentos com o aumento significativo do número de espécies que se tornavam conhecidas.
No séc. XVIII, Lineu desenvolveu um sistema de classificação racional (artificial), o qual denominou Systema Naturae (1758). Este naturalista era um fixista convicto, considerando que o número de espécies era fixo e inalterável ao longo do tempo. Confrontado com a existência de fósseis de organismos já desaparecidos, defendia que os mesmos eram evidências de seres que tinham sido criados no início dos tempos e se tinham extinguido. No sistema artificial de Lineu as plantas eram classificadas de acordo com o número e a localização de estames na flor. No que respeita aos animais, a sua classificação não diferia muito da de Aristóteles.
Apenas em finais do séc. XIX, suportados pela teoria evolucionista de Darwin, os sistemas de classificação passaram a reflectir a história evolutiva dos organismos, tendo em conta o factor tempo. Estas classificações verticais também podem ser denominadas por filogenéticas ou evolutivas.

As árvores filogenéticas, de leitura vertical, relacionam os indivíduos entre si e com o ancestral, expressando os momentos de divergência. Dão uma perspectiva filogenética de evolução a partir de um antepassado comum.
As primeiras árvores filogenéticas foram elaborados com base no estudo anatómico, comparando, comparando diferentes espécies. No entanto este estudo apresentou as seguintes limitações:
- a falta de um registo fóssil completo, ou mesmo a inexistência de fósseis, dificulta o reconhecimento do ancestral e a construção de árvores e séries filogenéticas;
- a ocorrência de fenómenos evolutivos de convergência, ao permitir o surgimento de órgãos análogos, faz com que as espécies que não se encontram evolutivamente relacionadas possuam anatomias por vezes semelhantes, conduzindo à percepção de relações filogeneticamente incorrectas;
- a ocorrência de fenómenos de divergência, em que a ocupação de diferentes habitats pode conduzir a alterações morfológicas nos organismos. Se estes forem evolutivamente próximos, a sua relação evolutiva pode não ser detectada pela análise da anatomia.

No séc. XX, a Teoria Cromossómica da Hereditariedade (1920), a par com o desenvolvimento da Ciência e da Tecnologia (microscopia electrónica, técnicas de manipulação do material genético, etc. ) influenciaram a Sistemática. Esta passou a dispor de novos dados, nomeadamente, genéticos, citológicos e bioquímicos.
Os conceitos de população e de fundo genético também passaram a ser considerados como elementos importantes na classificação dos seres vivos. Actualmente, existem duas escolas principais de classificação: a fenética e a filética.

A classificação fenética baseia-se:

- nas semelhanças fenotípicas entre os organismos;
- em características objectivas e facilmente identificáveis;
- na identificação rápida dos seres vivos, não tendo em consideração a filogenia evolutiva;
- em dados que não consideram o factor tempo;
- em representações dadas por chaves dicotómicas, nas quais o comprimento dos traços não simboliza o tempo decorrido após a divergência nem o local de bifurcação no momento da divergência.

A classificação filética baseia-se:

- na relação evolutiva dos organismos;
- em argumentos paleontológicos, genéticos, citológicos e bioquímicos;
- em dados dinâmicos que consideram o factor tempo;
- em representações dadas por cladogramas onde estão assinalados os pontos de divergência entre as espécies, sendo o comprimento dos traços proporcional ao tempo decorrido entre cada divergência.
Adaptado de Biodesafios

QUANTAS ESPÉCIES EXISTEM NO MUNDO?

Cada expedição científica nas florestas tropicais ( que , justamente com as barreiras coralinas, são os ambientes mais ricos em espécies) termina com a descoberta de numerosas novas espécies animais ou vegetais, até então desconhecidas da ciência. Ninguém sabe ao certo qual o número de espécies existentes no nosso planeta. Nos finais do séc.XX as estimativas apontavam para um número entre os 3 e 30 milhões de espécies, estando descritas entre 1,5 e 1,8 milhões.
Milhares de novas espécies vêm juntar-se todos os anos às conhecidas, sobretudo insectos, o grupo de animais mais abundante: tendo já sido catalogadas mais de 950000 espécies, mas calculando-se que o seu número deverá rondar, ou mesmo ultrapassar os 2-3 milhões.
Alguns investigadores observaram que uma só árvore da floresta amazónica pode albergar 163 tipos de coleópteros diferentes, especializados para viver exclusivamente na sua copa. Como se estima que os coleópteros representem 40% dos insectos, supõe-se que cada copa de árvore possa albergar cerca de 400 espécies destes animais. Para que servem tantas plantas e tantos animais? Segundo cientistas, que chamam "diversidade biológica" a esta extraordinária riqueza da natureza, quanto maior for o número de organismos diferentes num determinado ambiente, ligados entre si por uma variedade de relações mais ou menos estreitas, mais "perfeito" será o seu funcionamento.
Infelizmente, a intervenção do Homem em muitos ambientes naturais provoca a extinção de numerosas espécies, em muitos casos ainda desconhecidas e, quem sabe, de grande utilidade para a própria sobrevivência humana.
Segredos da Vida.DoGi.Itália

INSTITUTO DA CONSERVAÇÃO DA NATUREZA E DAS FLORESTAS